Bolsonaro niega la deforestación en la Amazonía en reunión con el ultranacionalista húngaro Viktor Orban
Bolsonaro visita a su «amigo» Orban y niega que haya devastación en el Amazonas
El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, negó este jueves, contra las evidencias científicas de su propio gobierno, que haya existido destrucción en la selva amazónica durante su gestión y defendió una agenda conservadora global durante su visita al primer ministro húngaro, el ultraderechista Viktor Orban, a quien calificó como su «amigo».
Además, insistió en la afirmación de que su visita el miércoles a Moscú al presidente Vladimir Putin pudo haber ayudado a frenar una posible guerra en Ucrania.
En la declaración oficial en Budapest, Bolsonaro dijo que habló con el presidente de Hungría, Janos Ader, y que éste le preguntó sobre la deforestación amazónica, un asunto de primer nivel en la agenda de la Unión Europea.
«Tuve la oportunidad de decirle lo que representa la selva amazónica para Brasil y para el mundo. Y muchas veces las informaciones llegan distorsionadas, como si fuéramos grandes villanos en el tema de la preservación y la destrucción de la selva, algo que no existe», afirmó el mandatario brasileño.
Bolsonaro indicó que Brasil apuesta a la reforestación y preservación, algo que dijo que no se ve en el continente europeo.
🇧🇷🇭🇺Viagem oficial à #Hungria: ao lado de Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, o presidente Jair Bolsonaro falou à imprensa sobre a relação entre os 2 países, confira: pic.twitter.com/jezoMhB5eF
— TV BrasilGov (@tvbrasilgov) February 17, 2022
Además, aseguro que las críticas provienen de quienes objetan el agronegocio en su país, uno de los principales productores de alimentos del mundo.
De acuerdo con datos del sistema satelital del Instituto del Hombre y Medio Ambiente de Amazonía (Imazon), la deforestación en 2021 en la selva amazónica fue la mayor en una década y 29% superior a la de 2020.
El oficial Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) detectó el récord histórico de deforestación amazónica en enero de 2022.
Bolsonaro repitió algo que había comentado a los medios oficialistas de su país, que «por coincidencia o no» su visita a Moscú coincidió con la decisión de Rusia de retirar tropas de la frontera con Ucrania.
Así, alimentó a sus seguidores en las redes, que comenzaron incluso a publicar falsas tapas de diarios y revistas con Bolsonaro como arquitecto de una supuesta paz.
La visita a Orban también sirvió para aumentar la alianza entre ambos, una suerte de herederos ideológicos de Donald Trump.
– Amazônia: soberania nacional.
– A posição da Rússia. pic.twitter.com/ENdFwgKZ68— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 17, 2022
«Considero a su país -le dijo a Orban- nuestro pequeño gran hermano. Pequeño por el territorio pero grande por los valores: Dios, patria, familia y libertad. Defendemos con énfasis a la familia, una familia bien estructurada garantiza una sociedad sana y no debemos perder el foco», subrayó.
Orban recordó, por su parte, que busca leyes europeas más severas contra la inmigración y que quiere tener el apoyo de Brasil en la protección de los cristianos. «Es la religión más perseguida del mundo, la UE hace poco para proteger a los cristianos que viven en África», señaló Orban.
El ultraderechista también dijo que defiende «a la familia, con una madre mujer, un padre hombre, algo que tiene que ver con nuestra tradición».
«Hay que proteger a los niños», dijo, en referencia a una ley que regula la divulgación de contenidos sexuales para niños que es calificada como homofóbica por la oposición húngara.
Na Hungria, Bolsonaro nega desmatamento na Amazônia e mente sobre dados ambientais
Em visita a Hungria, Jair Bolsonaro (PL) voltou a mentir sobre a situação ambiental brasileira. O presidente divulgou informações falsas sobre a Amazônia e negou que o país incentiva o desmatamento do bioma. As mentiras foram ditas em declaração à imprensa, nesta quinta-feira (17), ao lado do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, em Budapeste. Bolsonaro abordou o tema ao mencionar que, antes de estar com Orbán, conversou com o presidente húngaro, János Áder.
Ele disse que a conversa com Áder “focou a questão ambiental” – tema que provoca cobranças recorrentes da comunidade internacional desde o início de sua gestão. No ano passado, por exemplo, o presidente brasileiro recebeu críticas por segurar a divulgação dos dados consolidados de desmatamento. Desse modo, evitou que a medição recente de 13 mil quilômetros quadrados de devastação chegasse Conferência do Clima, a COP26.
“Há pouco conversei também com o nosso presidente da Hungria, ele se focou muito mais na questão ambiental. Eu tive a oportunidade de falar para ele o que representa a Amazônia para o Brasil e para o mundo”, afirmou Bolsonaro. “E muitas vezes as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida, como se nós fôssemos os grande vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e sua destruição, coisa que não existe.”
Mentira sobre Amazônia
De acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados em janeiro deste ano, o desmatamento na Amazônia em 2021 foi o maior em 10 anos. A devastação em 2021, inclusive, foi 29% maior que no ano anterior, quando 8.096 quilômetros quadrados foram destruídos. Apesar disso, Bolsonaro afirmou que o Brasil é referência em cuidar do meio ambiente.
“Nós preservamos 63% do nosso território. E não se encontra isso em praticamente nenhum outro país do mundo. Nós nos preocupamos até mesmo com o reflorestamento, coisa que não vejo nos países da Europa como um todo. Então, essa informação, essa desinformação passa para o lado de um ataque à nossa economia que vem obviamente em grande parte do agronegócio”, completou o presidente, segundo informações do g1.
Especialistas afirmam que a declaração de Bolsonaro, de que o Brasil tem mais de 60% de seu território com vegetação preservada, não corresponde à realidade. O presidente já divulgou esse número outras vezes. Análise do Mapbiomas aponta que que pelo menos 9% do total de 66% da atual cobertura vegetal é secundária – ou seja, são áreas que já desmatadas e voltaram a crescer. Portanto, áreas não preservadas. “Além disso, mais de 20 países possuem área com vegetação nativa maior que a do Brasil”, aponta a iniciativa Fakebook.eco, que analisa a desinformação ambiental com apoio de rede de ONGs.
Antes da reunião com o premier húngaro, figura da extrema-direita europeia, Bolsonaro chamou Orbán de “meu irmão dadas as afinidades”, e disse que ambos os países “comungam de quatro palavras: Deus, Pátria, Família e Liberdade” – mote que tem origem no fascismo italiano das décadas de 1920 e 1930 e adotado por fascistas brasileiros da Ação Integralista.
